sábado, 23 de outubro de 2010

Onde foi que perdemos a vontade de rir?




     Dias atrás, passei por umas crianças que brincavam com uma bicicleta, já bem velhinha. Um estava sentado no selim, o outro no bagageiro e um outro corria atrás deles. Nesta brincadeira, riam com um ar de felicidade que só as crianças sabem ter. A cena me leva de volta para meu passado. Eles brincavam na rua em que cresci. Como esta era um tipo de brincadeira que costumava fazer com meus amigos. A cena me lava para o passado. Eu não sou mais o mesmo. A rua em que moro, não é mais a mesma. Meu bairro não é mais o mesmo. Minha cidade, não é mais o mesma. Tudo esta mudado! Hoje minha rua, meu bairro, minha cidade parece que tem mais carro do que gente. O transito e invernal. Não tem o espaço para que as crianças brinquem como eu brincava. Mas o sorriso de uma criança, ainda é o mesmo. Não que eu não ria! Não é esta a questão. De uma forma geral, rimos muito. Somos felizes, até certo ponto. Pois isto depende de como entendemos o que é felicidade. Mas não é de felicidade que estou falando! É de rir. Você pode dizer que crianças, são apenas crianças. Não tem responsabilidades, e por isto vivem rindo. Mas, esta é a questão. Não sou um anarquista. Todos nós temos nossa cota de responsabilidade e deveres para com outros (Marido, Mulher, Filhos, Parentes, Trabalho). Agora eu pergunto! Aonde foi que perdemos a vontade de rir? Rir por rir! Encher o peito de ar e deixar que saia na forma de uma risada, sem compromisso. Como uma criança faz. Esta é minha pergunta! E eu não tenho a resposta para você. Mas posso dizer que, olhe as crianças brincando. Veja como são intensos no riso, no choro, nas relações de amizade entre eles. E aí descubra onde você perdeu sua vontade de rir. Ria, seja feliz!    

sábado, 1 de maio de 2010

Casos Populares (de 01 a 10)


Casos Populares 01      

 

       Muitas vezes eu penso muito no que vou escrever. Outras vezes, elas vêm a mim como uma forma de observação. E esta última e a que gosto mais. Por me proporcionar uma brincadeira com fatos, palavras, conceitos como certo e errado. O que era já não é. O que ontem era um xingamento, hoje pode ser um elogio. Variando aí a forma de como falamos. Num país de dimensões continentais como o nosso. As expressões têm uma grande variável.      



A Cachorra da minha mulher.


Minha mulher tá criando uma cachorra, vira-lata de lasca.
Há bichinha é tão feinha, não me pode ver passar.
Não sei o que fiz para ele, ela só quer me pegar.

Cachorra diferente a cachorra do vizinho.
Cachorra nova, ainda vai dar confusão.
Cachorra bem dotada, não me pode ver passa.
Cachorra preparada, vem logo comigo brinca.
A danada mal me vê, vem logo me lambe.
A cachorra corre pra mim balançando o rabão,
Pula no meu colo, me lambendo do cabelo ao dedão.

A cachorra da minha mulher me viu com ela brincar.
Será que é ciúme, por isto ela quer me pegar.
Agora não sei que faço com a cachorra da minha mulher.
Gosto da cachorra, mas ela não sabe brincar.

Gosto da cachorra do vizinho.
Penso em roubar a cadela.
Vou dá casa pra ela.
Botar pra correr a cachorra da minha mulher.

Cachorra nova!
Cachorra preparada!
Cachorra bem dotada!
Eita cachorra danada!


Casos Populares 02      


Gato manhoso.

Tenho um gato manhoso.
Meu gato tão fofinho,
Vive de pular o muro
Para roçar nas pernas da vizinha.

Já tive outro gato que não podia ver a vizinha.
De tanto pular o muro nunca mais vi o gatinho.
Aquela desocupada, não tem o que fazer.
Não pode ver meu gatinho que logo no bicho mexer.

Gato é bicho carente, só quer carinho.
Com este vai ser diferente, pois tenho a solução.
Estou levando pra casa um veterinário,
Que já vai com o bisturi na mão,
E meu gato bandoleiro vai virar gato capão.

Há vai!
Este não vai escapar!
Este gato bandoleiro,
Vai mesmo é virar gato capão!

Casos Populares 03
Top de linha.

Ela é top de linha,
A menina é só o filé.
Uma menina como esta
Beijo até o dedão do pé.

Fale o que quiser.
Diga o que disser.
Não tem quem resista
Aos encantos da menina.

Se você é mesmo homem,
Não vai deixar de sentir
Um frio no pé da barriga
Quando vela sorrir.

Ela é o top de linha.
Ela é só o filé.
Uma menina como esta,
Deixa-me de cabelo em pé.

Casos Populares 04
Dauco em pé.

É triste a história que agora vou contar.
Numa tarde de sol Dauco foi se acidentar.

Dauco passeava alegremente com sua cachorra Cunhã.
Vem o filho do prefeito no Chevette todo preto.
Pego de surpresa, Dauco rola a ribanceira.
Até que teve sorte, só à perna foi quebrar.

Dauco é muito conhecido e é tempo de eleição,
Todos só querem que o filho do prefeito
Assuma sua má intenção.  

O filho do prefeito, garoto de má educação.
Não quer assumir sua culpa, não.
Pensa que é assim.
Anda falando por aí,
Que a culpa é de Dauco.
Que não podia ver o Chevette pedia logo pra entrar.

Todos sabem que não é verdade.
Tá certo que Dauco é um pouco assim.
Mas Dauco é gente boa, faz muita caridade.
Dauco é muito querido nesta cidade.

Outro dia foi um reboliço lá na casa do prefeito.
Todos queriam que seu filho contasse a verdade
Para poder o tratamento de Dauco o prefeito pagar.
Por que todos só querem ver o Dauco em pé.

Casos Populares 05   

    Biriteiro para uns, cachaceiros para outros, pé de cana, Beberam. Quantos nomes podem dar para aqueles que gostam do velho álcool. Muitos, dependendo da região em que estivermos neste país. O que não muda são as desculpas para se tomar uma.  

Ao Sabor da Birita


Cachaceiro, Biriteiro mentiroso.
Falando pra todo mundo que toma uma,
Mas nunca se esquece de mim.
Não sou uma garrafa!

Sai pra lá pé de cana!

É só tomar uma de cachaça, esquece de mim!
Seus amigos já te chamam de papudinho,
De pé cana, Biriteiro, bicho mentiroso!
E só tomar uma, se esquece de mim.

Na segunda quer esquecer o domingo, vai de Martíni.
É terça com saudade do final de semana, vai de Contreau.
Na quarta está depressivo, vai de Conhaque.
É quinta com complexo de ser homem, vai de Janaína.
Na sexta está alegre, vai de Vodca.
É sábado é pra comemorar, vai de Uísque.
No domingo terminou o fim de semana, vai de Cerveja pra lavar.

Sai pra lá pé de cana!
É só tomar uma cachaça, esquece de mim!

Casos Populares 06     

As relações entre pessoas causam muitas cenas dignas de uma comedia. Pela forma que é contada. Pelo espanto que causa.     

O cara é viado.


Veja só meu amigo,
Esta grande confusão.
Por todas as mulheres de menina a rapariga.
O cara era considerado o garanhão.

Quando elas apelavam querendo com ele ficar.
Olhava de lado no pé da minha orelha falava,
Vou esta esnobar.
Os homens tinham dele uma inveja de lasca.

Certo dia, numa farra com mulher pelo ladrão.
O cara tomou umas ficando muito doidão.
Veio com uma conversa de pegar na minha mão.

Dizendo está apaixonado.
Pedindo um ombro amigo para poder se consolar.
Dizendo que estava deprimido.
Que comigo ia se confessar.

Veja só meu amigo, foi grande a confusão.
Com uma conversa mole.
Queria um beijo meu, me chamando de amorzão!
Dizia que sem mim, não vivi não!

O cara é viado!
Este cara é viado!


Casos Populares 07

Minha mulher é rapariga.


Vivendo de cabaré em cabaré.
Gostei tanto da coisa,
Tenho cartão de ponto e contrato com rapariga.

Por amigo de putada, fui para uma festa convidado.
Fiquei apaixonado pela filha do anfitrião.
Moça delicada, de família e tradição.

O amor minha vida mudou.
De raparigueiro a chefe de família.
Meu dilema era constante,
Amo minha mulher como amo as raparigas.

Então me veio à solução para não deixa as raparigas.
Hoje minha mulher e dona de cabaré.
Sei que eu sou corno.
Mas não tem um corno que não goste de rapariga.

Casos Populares 08

O Gostoso.

Não tenho culpa se tem mulher fácil assim.
Só por que pego todas,
Caem todos em cima de mim.

Olha só esta boizinha, dando voltas no salão.
É só mostrar pra ela, o celular e a chave do carrão.
A bichinha vem doidinha, pega logo minha mão.
Sem contar conversa, vou logo para o que interessa.

Não reprovem meus atos.
Se não pego a boizinha,
Garanto que a bichinha pegaria o seu maridão.

Não tenho culpa de ser gostoso
E de ter mulher fácil assim.
Com uma boizinha dessa,
Vou logo para o que interessa.

Minha mãe diz que sou carente.
Meu pai que sou um garanhão.
Meus parentes que sou galinha.
Minha namorada não diz nada, não.

Que culpa tem eu de ser gosto.
E de ter mulher fácil assim.

Casos Populares 09

Conselho de pai.

Presta bem atenção.
De amor não posso falar,
Mas tenho um conselho de pai pra dar.

Sua noiva é bonitinha.
Veja como está à mãe.
Pela mãe se sabe como vai ficar a filha.

Meu filho.
Um homem tem que analisar.
Menina nova toda durinha,
Hoje sua noiva tem tudo no lugar.

O amor é muito importante,
Mas tem que pensar no futuro.
Quando o amor esfriar
E na sua mulher todo arriar.

De estatura mediana,
Ela tem pouca bunda.
O que mais tarde vira uma tabua de passar.

De peito é farta,
Com o passar dos anos,
Pela força da gravidade,
Tudo isto vira um mochilão.

Depois de dizer sim é que vem a parte ruim.
Veja meu exemplo.
Casei com um mulherão,
Achei que me dei bem,
Dormi com uma princesa,
Acordei com um canhão.

Casos populares 10

Corno novato

Se você quer que finja, eu finjo.
Se você quer que diga, eu digo.

Rara é ocasião que fazemos amor.
Aguado e sem fervor.
Quando termina descarado pergunta.
Foi bom pra você, como foi bom pra mim?

Diz que está casado,
De um dia duro de trabalho.
Uma mulher não se engana
Quando esta sendo chifrada.

Um dia vou roer a corda.
Presta atenção, corno novato.
Em porteira aberta de curral.
Onde passa um boi também passa a boiada.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ponto de Vista (02)


Ponto de Vista

      Ponto de vista, como o nome já diz, é a maneira como pessoas vivenciam o mesmo fato de maneiras diferentes. Não é a minha opinião, nem minha verdade, nem minha razão. Escrevo sim, observações de como cada pessoa vêm, sente e compreende uma determinada questão. Não a aqui nenhuma verdade quanto a os conceitos de religião, opção sexual, nacionalidade, sexo masculino ou feminino. Não jugo, absorvo e não condeno. Não sou réu, jure ou juiz. Sou sim, mero observador do ponto de vista alheio.    
      Observo a comédia ou o drama que pode ser a vida, dependendo do seu ponto de vista. 


Traídos
       A questão trair é um dos maiores dilemas tratando-se do ponto de vista.
Quem é o culpado? O traído, ou o traidor. Lembrado que estamos nos reportando à traição de parceiros que vivem conjugalmente. Um sempre acusará o outro do motivo da traição. Mas quem na realidade tem ração? Tudo vai depender do seu ponto de vista.
       Neste dia ele chega em casa mais cedo que de costume. Demonstrava está muito nervoso. Ela tomada de surpresa, se indaga a respeito dele chegar mais cedo.
- Aconteceu alguma coisa!
- Não, por quê?
- Por nada! Só estou perguntando. Não é seu costume chegar a esta hora!
- É, mas não aconteceu nada!
- Então porque você está tão nervoso. Poder responder?
- Nervoso, eu! É impressão sua.
- To vendo que não vai falar!
- Não vou porque não tenho nada para falar!
- Se é assim, por mim tudo bem!
     As horas passam, ele demonstrando muita impaciência, Não consegue jantar. Ela observa tudo em silêncio. Conhece-o e sabe que não demorará muito para que ele comece a falar.
- Sabe o que me choca muito, mesmo?
- Não! O que?
- A capacidade que as pessoas têm de fingir! E as mulheres são mestras neste quesito.
- Eu não acho! Os homens mentem muito mais que as mulheres.
- Eu não estou falando de mentir. E sim de fingir!
- Qual a diferença?
- Mentir é uma coisa. Fingir é outra!
- Pra mim não tem diferença. Tudo depende do seu ponto de vista. Do meu, é tudo a mesma coisa. Se do seu é diferente, eu não posso fazer nada!
- Claro que não pode! Fingir você faz muito bem!
- Esta agora não eu entendi? Você está dizendo que eu sou uma mentirosa?
- Mentirosa não! Fingida.
- O que eu fiz para que você me acuse de mentirosa, ou fingida. Sei lá, isto tudo é a mesma coisa. Diga aí o que eu fiz.
- Você sabe do que estou falando.
- Não, não sei! Se eu soubesse já teria dito!
- Ta vendo a diferença! Agora você está mentindo.
- Que me importa se eu estou mentindo, ou fingindo! Quero saber é o motivo desta acusação?
- Você sabe muito bem o que fez! Se eu não soubesse da verdade acreditaria. Como você finge bem!
- Você é um baita de um mentiroso! Vive fingindo com esta cara de garoto bom. Eu que sei o que você anda fazendo. Se fiz alguma coisa foi por culpa sua!
- Por minha culpa?
- Sim, por sua culpa! – Ele exaltado, levanta-se da cadeira que estava sentado, indo ao encontro dela. Que também, neste momento fica de pé, como se estivesse preparando-se para a batalha.
- Você me trai, e eu sou o culpado?
- Que lhe disse que eu te traí?
- Ninguém medisse! Eu que vi a foto!
- Que foto?
- Há! Você quer ver?
- Claro que quero!
- Vou pegar. Estão dentro da minha pasta. – Ele vai até o quarto pegar a dita foto. Mas logo volta. – Eu devo ter deixado lá no escritório. Mas não é porque não estou com a foto aqui, que vai mudar sua culpa!
- Chega deste lenga, lenga! Eu confesso! Te trai mesmo, mas foi por culpa sua! Eu queria que você sentisse o gosto amargo da traição. Fui eu que mandei o email.
- Como é? Você me mandou o email com a foto?
- Sim, eu mesma! Não aquentava mais suas mentiras!
- Você e mesmo uma fingida!
- E você um mentiroso! Toda aquela história que me ama. Tudo fingimento. Eu como uma boba acreditava! Eu te segui até o motel. Vai negar?
- O que fiz fui por sua culpa!
- Você me trai, e a culpa é minha!
- Quantas vezes eu cheguei em casa todo cheio de carinho! Você com sua neura, não queria saber de mim! Eu não suportava mais ficar semanas sem sexo. Sei que fui um fraco. Bastava você pensar um pouco em mim, e isto não tinha acontecido!
- Eu pesar em você? Quanto tempo faz que não conversamos! Tudo que você quer é sexo. Isto é só uma desculpa para justificar o seu erro!
- Como você pode fazer isto comigo? Dizer que me ama! Não querer fazer sexo comigo! Ainda fazer com outra pessoa e me mostrar só pra se vingar! E o que é pior, não assumir sua culpa!
- Minha não, sua!
    Como era de se esperar, veio à separação. E ainda hoje eles dizem para os amigos que tudo foi culpa do outro.
    E você, o que acha? De quem é a culpa? Tudo vai depender do seu PONTO DE VISTA.