Que uma vez nordestino
Nordestino nunca deixa de ser.
Tenho dentro de mim a saudade de um tempo
Onde a vida passava devagar
Onde tudo parecia estar no seu lugar.
A vida passa correndo
Sempre atrás dos ponteiros de um relógio
Nos fazendo esquecer o que realmente importa.
Arrastado pela força do destino
Corria de um lado para o outro
De Macaíba a Catolé do Rocha, na Paraíba.
Hoje trazido novamente pela força do destino
Para as estradas secas deste sertão.
Lembro de dias que a força do nordestino
Que nesta estrada com uma pá na mão
Tampa os buracos em troca de um tostão.
Esta força agora me é válida
Quando meus olhos enchem de lágrimas
Para sombra de um Juá por badalo de chocalho
Ter chamada minha atenção.
Onde família de retirantes
Descansava da longa jornada
Se alimentando do que a terra seca tem pra dar.
Nada mais posso dizer
Como de lagartos e xiquexique uma pessoa pode sobreviver
Agora entendo o que meu coração quer dizer.
Uma vez nordestino
Nordestino nunca deixa de ser.
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