quarta-feira, 11 de maio de 2011

Carta para um amigo



       Prezado amigo, ando distante e indiferente aos acontecimentos do presente. Talvez por que o passado não sai da minha mente. Fico perdido nas minhas lembranças. Penso com poderia ser minha vida se em certos momentos tivesse agido de outra forma. Mas o que seria eu neste momento se tivesse agido diferente do que agi? Onde eu estaria? Com quem estaria? Talvez você ache um absurdo uma pessoa se ligar mais no passado do que no presente! Pode até ser mesmo um absurdo. Mas é neste absurdo que estou mergulhado. Tenho feito muito esforço para sair deste estado mental. Mas quanto mais penso em sair, com mais força este passado me vem. Já recorri a anjos e demônios para me livrar do passado. Tudo sem é feito. Meu passado me busca onde eu estiver. Com quem eu estiver. Em muitos momentos simples detalhes que para outra pessoa passam despercebidos, como uma cor, uma palavra, um sorriso, um cheiro, me leva para o meu passado com uma força que tenho que fazer um grande esforço para não me perder do local em que estou. Loucura! Posso dizer sem duvidas, que quase! Mas o que é a loucura? Como podemos medir nossa sanidade ou insanidade? Eu sei, eu sei o que você pode está querendo me dizer. O que passou, passou. Não se arrependa do que fez, mas sim, do que não fez! Será esta a questão? Eu me arrependo do que fiz, e do que também não fiz. Do que fiz por que fiz! E do que não fiz por que deixei de fazer, perdendo a oportunidade de mudar o meu futuro, que neste instante é meu presente. E você meu amigo que já me escutou tantas vezes, e me deu tantos conselhos poderia estar aqui neste momento em que te escrevo. Quem sabe uma boa conversa contigo me tirasse deste estado lastimável em que estou. Há! Já sei o que você estaria me dizendo se estivesse aqui! Que sou presença é só mais um estágio da minha obsessão pelo passado. Quem sabe! Pode até ser! Mas o que nós seriamos sem o passado. Já diz o ditado: “Um povo sem passado é um povo sem futuro!” Sei, meu caso não é bem este! Amigo são tantas lembranças. Já pensou se fosse possível reviver o passado? Acho que seria muito bom com as lembranças boas, mas o que faríamos com as ruins! Poderíamos transformá-las em coisas boas? Nisto tudo, uma pergunta me resta! O que seria de nós hoje se não tivéssemos tido nossos erros para aprender? Amigo, me despeço por aqui na espera de termos uma nova oportunidade para podermos recordar os tempos bons da nossa amizade. Prestimosamente seu amigo.

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