segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Novo Chefe


O Novo Chefe

            O chefe de uma tribo, percebendo que sua aldeia estava grande demais para ocupar a área física onde estavam localizados. Estavam entre montanhas de um vale que impediam que fosse feita mais cabana para as novas famílias que se formavam. Depois de muito pensar para arranjar uma solução. Reúne seu conselho e expõe seu plano. Além das montanhas tinha uma área muito boa para ser ocupada. Lá seria possível a tribo crescesse, mas tinha uns problemas que teriam que ser resolvidos pelo conselho.
        1º - Não era possível toda a tribo ser deslocada. Decidiram que só uma parte da tribo iria.
        2º - Quem iria? Decidiram que dois de três casais formado no prazo dos últimos 10 anos.
       3º - Devido à distância que teria entre um grupo e outro, o novo grupo teria que ter um chefe. Desta vez o problema não foi resolvido com tanta facilidade, uns queria que o novo chefe fosse escolhido entre os homens de maior fossa física. Outros queriam que a escolha levasse em conta a inteligência, o espírito de união. Assim, o conselho não chegou a um consenso, cabendo ao chefe a decisão. Novamente o chefe pensou, pensou e disse: “Vamos fazer um torneio para decidir quem será o novo chefe”. Pesaram em varias formas para realizar o torneio. Todo que pensaram sempre favorecia as qualidades que um dos grupos defendia. Mas, nem uma que fosse possível exaltar todos os atributos que são necessários a um chefe. Então, um dos conselheiros de mais idade, chamado o chefe em particular, fala ao seu ouvido para que ninguém escutasse. Mal terminam a conversa o chefe se pronuncia.
- Tenho a solução! Entre todos os cassais escolhidos para habitar na nova área os homens farão um pré – tornei para decidir quem é o mais forte. O vencedor será o escolhido para começar o nosso tornei como chefe. Na segunda fase todos os homens escolhidos para habitar na nova tribo. Mesmo que queiram, ou não queiram, e todas as crianças do sexo masculino participaram da disputa. O conselho se espanta diante da decisão do chefe. Crianças terem que participar de uma disputa com adultos. Mas esta era a vontade do chefe, e assim foi feito.
            Só então depois de terminada a primeira fase do tornei, onde o mais forte foi escolhido, é que o chefe disse como seria a resto da competição: O homem mais forte levaria uma pedra amarada a costa. Levaria esta pedra até a beira do mar e traria de lá um a pedra preta que só tinha naquele local. A grade questão era que o mar ficava muito distante do vale que estavam. Novamente o conselho se manifesta contrario a decisão do chefe pelo motivo de que o mar ficava tão distante que até o mais velho da tribo só conhecia por histórias contadas pelos antepassados. Este era o desejo do chefe e assim foi feito. Anos passaram sem que se tivesse noticias dos competidores. Neste meio tempo o chefe morreu, deixando no seu lugar o seu filho. Antes de morrer determinou que uma grande parte da tribo se deslocasse para o novo vale e começasse a construir a nova tribo. Formassem um conselho dos antigos e aguardassem pelo novo chefe que sairia da competição. Grade parte da tribo se desloca e constrói as novas instalações. Anos ainda se passam até que um dia três jovens guerreiros, forte como touros, entram na tribo querendo expulsar todos que estavam ali. Os jovens contidos, falavam que ali era o lugar da sua tribo. Não entendendo o que estavam falando, pensando que estavam sofrendo o ataque de outra tribo, preparam-se para matar os jovens. Um dos conselheiros que tinha como função passar as tradições da tribo, vendo que um dos jovens trazia algo amarrado à costa, quer ver o que ele transportava. O conselheiro vendo que era uma pedra lembra-se do torneio que havia começado anos antes. Há muito tempo não acreditava que alguém voltasse daquela jornada, mas estava ali o novo chefe da tribo. Toda tribo fica em alvoroço pela chegada daquele que seria o chefe. Mas ele era muito novo para ter a experiência que é necessária para um chefe. Os conselheiros não podiam acreditar ser aquele que conduzia a pedra o líder.
       O conselho se reuniu para decidir se daria o comando da tribo para um guerreiro tão jovem ou se continuariam com o filho do antigo chefe sendo também, mesmo a distância, e ajudado pelo conselho, o chefe. 
       Era desejo do filho do chefe que fosse feita a vontade do seu pai. No qual ele acreditava nunca ter errado nas suas decisões. Mas o conselho não queria admitir um chefe tão jovem, para uma tribo que tinha na experiência de vida dos conselheiros a base do comando. Acreditava que seria impossível um jovem entender de certas questões.              
       Então, chamaram a presença do conselho os jovens queiros. Queriam saber o que tinha acontecido com o resto das pessoas que partiram da tribo.
E se aquele que transportava a pedra era realmente o líder sendo ele o mais novo de todos! 
      O jovem que conduzia a pedra responde que naquele momento ele era o líder, por ser o mais jovem em condições de carregar à pedra a frente do seu povo, e os conduzindo pelo caminho de volta. Então ele conta o que se passara desde o dia que saíram: No começo da jornada vários guerreiros morreram disputando a pedra, por doenças, ataque de animas, acidentes do caminho. Quando eram poucos os que restavam, dois guerreiros entraram numa luta ferrões pela posse da pedra, vindo os dois a morrer. A pedra ficou no chão entre os guerreiros mortos. Tendo ainda uns guerreiros com condições de levar a pedra, mas eles não queriam, pois todos os outros tinham morrido em lutas pela posse da pedra. Os guerreiros começaram a pensar em ir cada um para seu lado. Mas um homem veio até nós e nos fez reconhecer que aquela pedra não tinha importância, o que era realmente importante era a nossa sobrevivência em um mundo que era totalmente desconhecido para nós. Que não importava quem conduziria a pedra, mas como fazer com que ela chegasse ao seu objetivo. Que deveríamos nos proteger mutuamente se quiséssemos sobreviver. Que o mais forte levaria a pedra. O mais experiente diria como levar e por aonde ir. Mesmo que o mais forte conduzisse a pedra nunca deveria estar só, sempre com mais dois guerreiros para protegê-lo e ajudá-lo nas decisões de por qual caminho seguir. Que estes guardiões deveriam ser os últimos que carregaram a pedra. Que estes últimos deveriam colocar sua experiência a favor de todos. Assim fizemos. Uns cassavam. Outro levava a pedra. Outros treinavam para na sua época poder conduzi – lá. Entramos em contato com outros povos os quais podemos aprender e ensinar, fazer novas famílias. O grupo cresceu prosperou na arte de plantar, guerrear, fazer a paz de nos defendermos ajudando o nosso companheiro. Aprendemos que um grande guerreiro não é aquele que tem mais força, mas aquele que sabe conduzir sua grande força para o bem. E acima de tudo, saber o momento exato de passar a pedra para o próximo, que irá poder conduzi-la por mais um pedaço da jornada.
       Um conselheiro pergunta se ele era realmente o líder daquele grupo. O jovem que conduzia a pedra a recolocando a costa, responde diz: Que hoje ele estar líder, pois levava a pedra à frente do grupo os conduzindo de volta para o local de onde saíram. Que não importava para ele a pedra ou o poder que a pedra representa. Mas o seu povo, ou seja, todos os que ficaram e os que voltaram. Que qualquer um que tivesse força para conduzir a pedra nos perigos do caminho sem esquecer-se do seu povo, seria o líder no seu momento, e ele por sua fez passaria para o posto de orientador do líder para ajudá-lo com a sua experiência obtida na sua jornada. Diz mais: minha experiência é de grande importância para aquele que vai assumir a minha função. Carregar uma pedra que representa todo um povo no meio da floresta, abrindo trilhas seguras para que meu povo passe tranqüilo. Não é uma tarefa fácil. A cada dia que passa ela fica mais pesada, chegando o momento que não podemos mais com o seu peso. É quando passamos à liderança para quem te forças para continuar a jornada.
          Os conselheiros ainda indecisos quanto a que decisão tomar pedem para que os guerreiros se retirem para poderem decidir. Tentam repassar o que os tinha levado até ali. Era uma busca do real motivo que levou o chefe a fazer aquela competição. Horas e horas se passam até que o curandeiro da tribo tomado de uma força estranha fala: Este jovem é o novo chefe. Reúne todas as qualidades que necessita um líder. Foi talhado na arte da guerra para defender o nosso povo. Tem nos braços a força de um animal, nas suas decisões a esperteza de um pássaro. Sabe que mesmo com sua grande força não pode liderar sem o conselho dos que o antecederam na experiência de carregar a pedra. Nasceu sabendo do destino que o cercava. “Carregar uma pedra na costa para o bem do seu povo”. Ele é o novo chefe.

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