segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ponto de Vista (01)


Ponto de Vista

      Ponto de vista, como o nome já diz, é a maneira como pessoas vivenciam o mesmo fato de maneiras diferentes. Não é a minha opinião, nem minha verdade, nem minha razão. Escrevo sim, observações de como cada pessoa vêm, sente e compreende uma determinada questão. Não a aqui nenhuma verdade quanto a os conceitos de religião, opção sexual, nacionalidade, sexo masculino ou feminino. Não jugo, absorvo e não condeno. Não sou réu, jure ou juiz. Sou sim, mero observador do ponto de vista alheio.    
      Observo a comédia ou o drama que pode ser a vida, dependendo do seu ponto de vista. 

 O aconchego

     Um casal tem a mania de dormirem agarrados, bem juntinhos. Ela dorme a noite inteira na mesma posição se deixarem. Ele por mais que goste de dormir agarrado e bem juntinho, não consegue permanecer por muito tempo sem se mexer. Depois de todo o preparo para deitarem-se, é que começa a nossa história.
     Deitados, depois de uns minutos de reflexão sobre o dia que passou. Ele lentamente tateia o ombro dela procurando puxá-la para a posição que é a nossa questão. Ela logo exclama que não vai porque logo que ela dorme, ele a enxota para longe.
- É que eu consigo ficar por muito tempo na mesma posição.
- Não eu não quero.
- Há! Vem!
- Não vou.
- Vem! Eu sei que você quer vim!
- Quem disse?
- Eu que sei! Mulher quando diz não quer dizer sim.
- Engano o seu!
- Você sabe que não estou enganado.
- Ir pra quê? Se quando eu estou conseguindo dormir você me enxota.
- É que eu não consigo ficar muito tempo na mesma posição.
- Vai repetir quantas vezes isto?
- Quantas vezes for preciso pra fazer você entender que não é porque quero. É que me dói à costa.
- E eu quem vai entender? No melhor do sono você me acorda. E eu não consigo mais dormir. E meu sono como fica?
- Dormir agarradinho não é bom?
- É! Mas o meu sono também é!
- Então vem, o não vem?
- Se você me acordar é a última vez!
    Logo depois estão dormindo abraçados como outras noites. Uma hora se passa, e ele começa a sentir a costumeira dor. Tenta resistir, pois não que se mexer. Mas o incomodo da dor e muito forte. Por fim não resiste. Tenta mover bem de vagar, na tentativa de não acordá-la. Mas na tem jeito. Assim que ela sente o deslocamento, acorda sentindo a falta do aconchego no ombro do companheiro. Ela acordada olha para o marido que se vira tentando aliviar a dor. Ele chateado por não conseguir ficar mais tempo no aconchego que gosta tanto. Ela chateada por não ficar mais tempo no aconchego que gosta tanto. Ele acusa as dores. Ela o acusa dizendo, que é falta de amor. Pensa ela: Se me ama-se mais ficaria a noite inteira. Pensa ele: Só o meu amor, pra me fazer aquentar tanta dor.       

Nenhum comentário: